sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Qual geração está o pc em relação aos games?


Entre as rodinhas de discussão formadas por quem acompanha o mercado de jogos eletrônicos, o assunto “nova geração de consoles” ganhou bastante destaque nos últimos tempos. Embora aNintendo já tenha apresentado ao mundo o Wii U, todos estão esperando pelos produtos preparados pela Microsoft e Sony — essas sim empresas consideradas capazes de entregar o novo nível gráfico esperado pelo público.
Fonte da imagem: iStock
Porém, existe uma plataforma que, mesmo alheia a muitas dessas discussões, já consegue produzir games com gráficos muito além daqueles vistos nos consoles atuais: o PC. Apesar de ter sido deixado de lado nos últimos anos por muitos desenvolvedores, há anos a plataforma já se mostra capaz de entregar experiências impossíveis de se ver em outros meios.
Não é exatamente a primeira vez em que uma situação do tipo acontece: basta se lembrar de que, até pouco tempo antes da geração atual, os computadores eram capazes não só de entregar visuais melhores como também possuíam recursos de conectividade únicos — história que só mudou quando o Xbox 360 e o PlayStation 3 chegaram às lojas, atraindo a atenção de muitos gamers hardcore (e, consequentemente, da indústria como um todo).
2007, o ano da virada
Embora seja difícil definir uma data para o começo da supremacia gráfica do PC em relação à sétima geração de consoles, em 2007 houve um verdadeiro ponto de virada para a plataforma: o lançamento do primeiro Crysis. Com gráficos que impressionam até hoje, o título de estreia da série serviu como parâmetro de benchmark para placas de vídeo durante um longo tempo.
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Em matéria visual, o jogo da Crytek foi um verdadeiro soco no estômago de quem acreditava que a plataforma não era mais capaz de impressionar. Abusando dos recursos do DirectX 10 e contendo mais de 1 GB de texturas e 85 mil shaders, o título se tornou uma espécie de padrão para medir a qualidade de um hardware.
Os gráficos do game eram tão absurdos que a frase “mas pode rodar Crysis?” e suas variantes se tornaram algo comum mesmo entre quem não joga no PC. O nível estabelecido pela desenvolvedora era tanto que demorou quatro anos até que o título chegasse aos consoles, sem apresentar a mesma qualidade visual nem os conteúdos disponíveis nas expansões lançadas pelaCrytek.
Superioridade técnica indiscutível
Quem usa o PC para acompanhar os lançamentos do mercado sabe que jogos multiplataforma sempre vão ter desempenho superior nele, ao menos no que diz respeito aos gráficos. Essa situação se mantém praticamente inalterada desde o lançamento do Xbox 360, em 2005, e do PlayStation 3, em 2006.
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Exemplo mais recente dessa disparidade é o game The Witcher 2: Assassins of Kings — Enhanced Edition, lançado primeiramente para PC e depois para Xbox 360. Embora a versão para a plataforma da Microsoft seja belíssima e tire proveito de todas as suas capacidades, ela não chega a ultrapassar o nível médio de qualidade disponível na versão do jogo para computadores.
Claro, há situações em que acontecem exceções, principalmente quando a versão lançada para computadores se trata de uma adaptação feita às pressas. Como nesses casos o potencial e características próprias da plataforma não são levados em conta, muitas vezes o resultado final fica aquém daquele apresentado no meio para qual o título foi lançado originalmente — algo que também acontece com frequência no mundo dos consoles.
Exemplo prático
Para efeitos de comparação, decidimos usar uma configuração de computador considerada mediana para demonstrar a capacidade da plataforma. Por pouco mais de R$ 2 mil, é possível montar uma máquina com as seguintes especificações em uma loja de informática (preço que tende a diminuir dependendo do local em que as peças são adquiridas):
  • Processador Intel Core i5 2400 3,10 GHz;
  • 4 GB de memória RAM DDR3 Kingston;
  • Placa de vídeo Sapphire Radeon HD 6670 1 GB;
  • HD Western Digital ou Seagate de 500 GB;
  • Fonte Corsair CMPSU-430CX de 430W;
  • Gabinete Cooler Master Elite 430.
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Com essa máquina, é possível jogar tranquilamente qualquer título disponível no mercado em resolução Full HD 1080p com uma taxa de quadros que dificilmente vai ficar abaixo dos 30 fps. Até mesmo títulos conhecidos pelo seu peso exagerado, como Metro 2033, rodam bem nessas configurações. Mesmo que seja preciso diminuir alguns detalhes do jogo, o visual da experiência continua sendo mais realista do que aqueles oferecidos por qualquer console atual.
Mutação constante
Não é difícil entender os motivos pelos quais, ao menos nos quesitos técnicos, o PC sempre vai apresentar características superiores aos meios concorrentes. Ao contrário do que acontece com plataformas como o Xbox 360 e o PlayStation 3, que possuem hardware fixo, um único computador pode sofrer infinitas mutações em seu desempenho durante seu tempo de vida.
Fonte da imagem: Divulgação/EVGA
A cada mês que passa, o mercado é inundado com novas placas de vídeo, processadores e placas-mãe que permitem obter um desempenho computacional cada vez mais surpreendente. Claro, não é todo mundo que tem a capacidade financeira para acompanhar o ritmo desses lançamentos, porém ao menos atualmente não é preciso ter um computador de última geração para aproveitar os lançamentos mais recentes do mercado — com qualidade superior àquela vista nos consoles, diga-se de passagem.
Se o PlayStation 3, Xbox 360 e Wii pertencem à sétima geração de consoles, fica difícil determinar a qual “geração” um PC moderno pertence. Como não há uma combinação de hardware específica para determinar uma base de cálculo, não é exatamente um exagero dizer que a cada ano as máquinas disponíveis no mercado constituem uma geração totalmente nova.
Atrasada por outras plataformas
O principal motivo pelo qual até hoje Crysis é conhecido como um jogo surpreendente e não somente como uma relíquia do passado, acredite ou não, são os consoles de mesa. Como a indústria prefere desenvolver games baseados nas especificações do PlayStation 3 e do Xbox 360, os limites gráficos que um título podem alcançar já estão muito bem estipulados desde o início de seu ciclo de criação.
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Os motivos pelo quais a indústria dá preferência a dispositivos cujo hardware está estagnado (em alguns casos há mais de sete anos, como no produto da Microsoft) são bem simples de entender: preço inicial da plataforma, base estabelecida e pirataria. Basta olhar para os números de venda de Call of Duty: Modern Warfare 3 (fornecidos pelo site VG Chartz) para entender por que não é bom para a Activision e outras grandes empresas investir prioritariamente no PC.
No Xbox 360, foram vendidas 14,41 milhões de unidades do game, número que chegou a 12,24 milhões na versão para o PlayStation 3. Em compensação, a adaptação do game para computadores registrou vendas de somente 1,47 milhão de unidades — quantidade respeitável, mas que ainda fica muito atrás daquelas registradas em consoles de mesa, com exceção do Wii.
Dessa forma, não vale a pena para uma empresa alienar uma base bem estabelecida de fãs simplesmente para entregar uma experiência com gráficos mais elaborados. O fato de que é muito mais fácil piratear um título para PC também pesa bastante nessa decisão, já que ninguém entra no mercado de jogos eletrônicos com a intenção de perder dinheiro. Para completar, os consoles de mesa podem ser comprados por preços mais acessíveis, tanto no Brasil quanto no exterior.
Qual sua opinião?
O objetivo da 3do com este artigo não é dizer que o PC é uma plataforma mais completa do que os consoles, nem dar argumentos para que você abandone seu Xbox 360, PlayStation 3 ou Wii. A intenção é simplesmente mostrar que, ao menos de um ponto de vista técnico, as possibilidades oferecidas por um computador bem equipado já estão num nível muito além daquele apresentado por qualquer produto da Nintendo, Microsoft ou Sony.
Agora, queremos saber a sua opinião sobre o assunto. Você acredita que o PC realmente representa uma geração diferente ou pensa que a plataforma está em campo totalmente diferente e nem deveria ser alvo de comparações?

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