domingo, 17 de março de 2013

O Enxame volta com força total no segundo capítulo da trilogia


Quase três anos após apresentar ao mundo sua versão remodelada do universo de StarCraft, aBlizzard finalmente dá aos jogadores a chance de presenciar os eventos de Heart of The Swarm. Segundo capítulo da trilogia criada pela desenvolvedora, a expansão tem como foco a raça Zerg, que ficou espalhada pelo universo após os eventos mostrados em Wings of Liberty.
Fonte da imagem: Felipe Gugelmin/BJ
No game, você controla Sarah Kerringan, ex-Rainha das Lâminas, que tem como principal objetivo se vingar de Arcturus Mengsk. Para isso, ela conta com habilidades psiônicas extremamente poderosas que a permitem controlar os membros do Enxame. Além de acabar de vez com o domínio da Supremacia, a protagonista do título também tem como objetivo salvar Jim Raynor, protagonista do primeiro capítulo de StarCraft 2.

Aprovado

Bem-vindo ao Enxame
Embora a estrutura básica de Heart of the Swarm não se desvie muito do que foi visto em Wings of Liberty, a mudança da raça controlada durante a campanha traz uma sensação de renovação ao título. Operando de forma totalmente diferente dos humanos, os zergs são conhecidos pela grande capacidade de produção e pelos ataques que dependem mais de números do que de poder bruto.
Fonte da imagem: Felipe Gugelmin/BJ
Para tornar tudo mais interessante, a Blizzard optou por adicionar características únicas às unidades controladas durante a campanha (os poderes estão ausentes do modo multiplayer). Conforme você progride no jogo, pode acessar um poço genético através do qual escolhe melhorias que vão desde uma maior velocidade de movimentação até um poder de ataque incrementado.
Kerrigan também sofre uma evolução semelhante durante a trama, destravando habilidades psíquicas cujo poder destrutivo cresce constantemente. Para incentivar múltiplas partidas, há certas partes do jogo em que é preciso optar entre diferentes bônus que não podem ser alterados em um momento posterior. Além disso, muitas fases contam com objetivos opcionais que, embora aumentem a dificuldade de suas missões, presenteiam a personagem com uma evolução mais rápida.
Multiplayer refinado
Em comparação com o que foi visto na fase Beta de StarCraft 2: Heart of the Swarm, a versão final do game não possui praticamente nenhuma diferença em seu modo para múltiplos jogadores. Porém, isso está longe de ser algo ruim, já que, devido ao grande tempo que a Blizzard dedicou aos testes do jogo, a experiência se mostra extremamente balanceada.
Fonte da imagem: Felipe Gugelmin/BJ
Em comparação com o jogo-base, foram adicionadas sete novas unidades (duas terranas, duas protoss e três zergs), que sozinhas se mostram capazes de alterar a forma como jogadores experientes lidam com seus adversários. Embora algumas delas ainda pareçam poderosas demais, as constantes atualizações feitas pela desenvolvedora devem garantir que quaisquer disparidades sejam eliminadas em breve.
A maior novidade fica por conta da inclusão de um modo de treinamento que deve ajudar iniciantes em StarCraft a não sofrer tanto em suas primeiras incursões online. Nele, você pode participar de missões com diferentes velocidades de jogo e obter dicas em tempo real mostrando a hora de investir na coleta de recursos, criar um exército ou desenvolver unidades avançadas.
Fonte da imagem: Felipe Gugelmin/BJ
Para completar, a Blizzard adicionou novas funções sociais que tornam mais prática a interação entre os jogadores. O destaque nesse sentido é a possibilidade de reiniciar partidas a partir de replays, uma ótima adição para quem deseja aprender as táticas utilizadas por jogadores de elite.
Produção caprichada
Um dos aspectos que mais se destaca em StarCraft 2: Heart of the Swarm é a sua qualidade técnica. Especialmente no que diz respeito às cenas não interativas, a Blizzard continua mestre na arte de usar modelos tridimensionais para contar uma história que, se não deixa de ter seus furos, consegue envolver o jogador de forma única.
Fonte da imagem: Felipe Gugelmin/BJ
Destaque especial deve ser dado à maneira como os personagens do jogo são trazidos à vida. Além de o jogo contar com diálogos feitos de maneira inteligente, a personalidade de cada unidade é mantida intacta dentro dos combates — exemplo maior disso é a própria Sarah Kerrigan, que responde aos comandos do jogador com comentários arrogantes e até mesmo agressivos.
Como aconteceu em Wings of Liberty, todos os diálogos do jogo estão totalmente legendados e dublados em português brasileiro. Caso você queira conferir o trabalho dos atores originais, basta baixar um arquivo de áudio adicional para conferir vozes e interfaces da maneira como elas foram concebidas originalmente — opção que só chegou ao jogo-base em um patch lançado recentemente.

Reprovado

O tempo cobra seu preço
Tecnicamente impressionante em 2010, StarCraft 2 já não pode ser considerado um dos jogos mais belos do mercado em 2013. Isso se deve principalmente à opção da Blizzard em manter praticamente intacta a interface-base do jogo, que só ganhou algumas melhorias físicas que somente devem ser percebidas pelos jogadores hardcore.
Fonte da imagem: Felipe Gugelmin/BJ
Apesar de esse envelhecimento não ser tão sentido nos combates, nos quais você geralmente estará ocupado gerenciando centenas de unidades, a história é diferente nas cenas não interativas. Talvez até mesmo por estar ciente dessas limitações técnicas, a desenvolvedora lotou o game com cenas em computação gráfica que não dependem de sua engine principal.
Não estamos dizendo que Heart of the Swarm é um jogo feio, somente que ele não possui o mesmo impacto visual de quando Wings of Liberty foi lançado. Algo que se torna bastante preocupante quando se leva em consideração que o capítulo final da trilogia não deve ser lançado antes de 2015 devido aos ciclos de desenvolvimento demorados de sua produtora.
Pequenos problemas técnicos
Mesmo tendo passado por um extenso período de testes, StarCraft 2: Heart of the Swarm não escapa de apresentar alguns problemas técnicos em sua versão final — a maioria deles presente em seu modo single player. Durante os testes realizados, notamos conflitos comuns nos momentos em que combinamos o áudio em inglês com as legendas em inglês.
Fonte da imagem: Felipe Gugelmin/BJ
Embora durante as partidas não houvesse qualquer problema, o mesmo não podia ser dito durante as cenas não interativas. Muitas vezes o idioma das legendas simplesmente passava do português para o inglês sem qualquer aviso, algo que deve desagradar principalmente quem não domina o idioma estrangeiro, mas quer ouvir as vozes originais dos personagens.
Além disso, não são raras as vezes em que o game trava durante alguns segundos quando um checkpoint é acionado. Embora isso não chegue a prejudicar nenhuma missão, o efeito provoca a sensação de que há algo de errado acontecendo com o título ou com o computador no qual ele está sendo executado.

Vale a pena?

Caso você seja um fã de StarCraft, não há muito o que pensar antes de optar pela compra de Heart of the Swarm. Agindo de forma conservadora, a Blizzard decidiu manter a jogabilidade vista em Wings of Liberty praticamente inalterada, adicionando somente algumas unidades que ajudam a renovar as partidas online entre jogadores de alto nível.
Fonte da imagem: Felipe Gugelmin/BJ
Para os novatos na série, o jogo também se mostra atraente ao incluir diversos recursos que tornam mais fácil aprender como se virar no modo multiplayer. Vale notar que, apesar de possuir uma acessibilidade maior, o game ainda exige dezenas (ou até mesmo centenas) de horas de treino antes que você possa se considerar um jogador de elite.
Apesar de mostrar alguns erros técnicos e de sofrer com o envelhecimento de seu motor gráfico, Heart of the Swarm é uma ótima adição ao legado de StarCraft. Agora só resta ficar na expectativa durante os próximos dois ou três anos enquanto a Blizzard desenvolve aquele que deve ser o capítulo final da história de Jim Raynor, Sarah Kerringan e Arcturus Mengsk.

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