quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Gamers: quem são eles?


Nós jogadores, estamos cansados da realidade.
Estamos abandonando a realidade em momentos oportunos: poucos minutos na fila do banco, muitos minutos no meio daquele trabalho chato, algumas horas no final da noite para relaxar, muitas horas em um feriado com amigos.
Mas alguns ainda perguntam: quem somos?
Nós somos trabalhadores comuns que ao chegarmos em casa,  colocamos toda nossa inteligência, talento, criatividade, habilidades, características sociais e pensamento crítico subutilizados em nossos empregos em um outro mundo.
Somos os que conseguem criar e coordenar centenas de pessoas em complexas raids em jogos online massivos por muitas horas sem descanso, como Lord of the Rings Online e Lineage.Somos músicos em Rock Band e Guitar hero que passam madrugadas treinando, testando o melhor tempo da música mais difícil com grandes jogadores de todo mundo, que como nós, investiram centenas de reais em instrumentos de plástico para treinar insistentemente.
Somos fãs do mundo de Warcraft conseguindo escrever mais de 300 mil artigos sobre o mesmo, criando assim o maior wiki do mundo depois da própria Wikipédia, descrevendo detalhes claros sobre um mundo inteiramente imaginável, compartilhando informações e trabalhando a distância em equipes de mais de 2 mil pessoas coordenadamente.
Somos aqueles que levam em seus portáteis Mario Kart, Harvest Moon e Draw Something as ruas, infiltrando-nos, sempre que possível, em pequenos quebra-cabeças, corridas, minijogos, gerenciamentos ou simples disputas entre amigos, eliminando assim quase todo o tempo ocioso de nossas vidas.
Somos viajantes com smartphones nas mãos, mochila nas costas e muitos cálculos de gps tentando encontrar Args secretos e desvendando o novo Ingress da Google, dominando mais e mais áreas do planeta de maneira parcialmente virtual.
Somos videomakers produzindo séries de comédia com o mundo dos jogos, ensinando iniciantes por walkthroughs e gravando nossas melhores partidas em vídeos e em nossa memoria como experiências vividas não apenas virtualmente.
Somos jovens combatentes de variadas tropas pelo mundo, que em nosso tempo livre disputamos por melhores resultados em Call of Duty, mais medalhas em Battlefield e até um bom relatório de serviço em Halo 3.
Somos adultos chineses que gastamos tantas “moedas verdes” em várias compras virtuais em jogos que o Banco Popular da China interveio para prevenir a desvalorização de sua moeda oficial.
Somos crianças e adolescentes por todo o planeta que preferem estar de frente a grandes telas interativas a estar fazendo qualquer outra coisa.
E não se engane, nós não estamos rejeitando completamente a realidade. Temos empregos, objetivos, sonhos, deveres de casa e famílias, compromisso e vida fora do digital, as quais nos preocupamos e muito. Porém, aprendemos que cada vez mais que dedicamos um pouco mais de nosso tempo livre ao mundo virtual, parece que cada vez mais, algo falta ao mundo real.
Nós buscamos no mundo real, mas onde existe esses sentimentos de vivacidade e foco ativos em todos os momentos? Onde está a sensação de poder, de propósito, de mudança e senso de comunidade? Onde estão as explosões de alegria de jogos estimulantes e criativos? Onde está a empolgação, a emoção de cada sucesso, de cada vitória em equipe?
O mundo real simplesmente não oferece os prazeres cuidadosamente elaborados, os emocionantes desafios, o senso de feedback constante e a importância de nossas ações para com o mundo. A realidade já não nos motiva com tanta eficácia, ela não foi concebida para maximizar nosso potencial e não foi planejada para nos fazer felizes, e assim as coisas caminham e estão mudando. Todos podem ver isto e a mudança é inevitável.
A questão que fica é: onde começa o virtual e onde acaba o real?
Para finalizar, quero deixar com vocês um vídeo que aprecio bastante e que trata bem o tema:

Referência:
A Realidade em Jogo livro de Jane McGoniga
Creditos:gamestorming

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