A essa altura, você provavelmente já sabe que o Brasil trabalha para
implantar a telefonia de quarta geração. Na última segunda-feira, 17, a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) homologou a licitação das faixas de frequência que serão usadas pelo 4G e as que levarão banda larga a áreas rurais. Mas, afinal, o que é uma frequência? E o que o 4G tem a ver com o fim da TV analógica?
Televisões,
rádios, telefones móveis, redes sem fio e outros tipos de comunicação
dependem de ondas eletromagnéticas para funcionar. A vibração das ondas,
dos espectros eletromagnéticos, é definida em uma unidade chamada hertz
(Hz), e isso tudo é controlado pela Anatel, que é responsável pela
distribuição das faixas.
No Brasil, a TV analógica funciona em
700 megahertz (MHz), frequência que em países como Estados Unidos é
usada pelo 4G. Aqui, a quarta geração ficará, inicialmente, na faixa
entre 2.500 MHz (ou 2,5 GHz) e 2.690 MHz, mas isso pode não ser bom em
termos de qualidade de serviço.
"Quanto mais alta a frequência,
maiores são as perdas de propagação, as ondas têm mais dificuldade para
penetrar em edifícios ou viajar para mais longe", explica Eduardo Tude,
presidente da consultoria Teleco. "Se a frequência é mais alta, as
células são menores, então a frequência menor tem menos perda de
propagação."
Essa é uma das razões pelas quais as operadoras queriam operar o 4G
nos 700 MHz, mas a faixa só será liberada em 2016, quando os canais
abertos migrarão de vez para o sinal digital, desligando a TV analógica.
Então pode ser que o 4G funcione em duas faixas diferentes, futuramente.
"Enquanto
não está livre, utiliza-se outras faixas, entre elas a de 2,5 GHz. Não
dá pra trocar o sinal da TV pelo da telefonia, até porque há milhões de
TVs com receptores, vai desligar todos? Não há alternativa, tem de
esperar a TV digital se difundir", comenta Tude.
Nosso país não
está sozinho nessa faixa, pois Rússia, Áustria, Canadá, Colômbia,
Dinamarca, Estônia, Finlândia, Alemanha, Hong Kong, Noruega, Arábia
Saudita, Cingapura e Suíça também adotaram esse padrão. Além disso, boa
parte dos celulares feitos na China - um dos grandes mercados da
atualidade - usa as mesmas técnicas de transmissão de dados que o
Brasil.
Por aqui é usada tecnologia FDD (frequency-division
duplexing, ou duplexação por divisão em frequência), o que significa que
a transmissão de voz (ou dados) é separada em duas faixas, uma que vai
do aparelho à torre, outra da torre ao aparelho. Em outros países o
padrão é o TDD (time-division duplexing, ou duplexação por divisão de
tempo); neste caso só há uma faixa para envio e recebimento, mas isso
acontece tão rapidamente que não há interrupção na transmissão. Os
smartphones feitos pelos chineses, então, possivelmente funcionarão com a
rede de quarta geração brasileira, conforme explicamos aqui
fonte olhar digital
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